A Indústria precisa aumentar a capacidade de fabricação aliando inovação e sustentabilidade
Segundo especialista é preciso dar início a um processo de exportação de produtos manufaturados para ampliação do lucro e da demanda
Após as eleições de outubro, todos os setores econômicos do Brasil e do mundo começaram a se movimentar e isso traz, sem nenhuma dúvida, impactos positivos e negativos para a Indústria nacional.
O engenheiro mecatrônico, especialista em projetos focado na Indústria 4.0, Anderson Rezende, comentou sobre o que é preciso para que o novo Governo possa beneficiar o setor partir de 2023.
“Nos últimos anos tivemos um momento muito polarizado e as indústrias foram muito afetadas drasticamente, seja pela pandemia, seja pela guerra da Rússia. Para que haja uma retomada industrial consistente, é preciso que as empresas tenham benefícios para implementar tecnologias em seus processos internos para conseguirem ampliar a rentabilidade e a competitividade no mercado global”.
Com tudo, Anderson esclarece que é fundamental que as próprias empresas pensem em alternativas mais positivas. “Já vimos abertura de relacionamento do novo Governo com alguns países, porém sabemos que muitos deles consomem apenas as commodities brasileiras, por isso, precisamos dar início a um processo de exportação de produtos manufaturados para ampliar o lucro e demanda”, orienta o especialista.
Por outro lado, o engenheiro apontou possíveis aspectos negativos. Para ele, as indústrias devem analisar os últimos anos e relacionando com o novo cenário, procurando, assim, um equilíbrio focado na sustentabilidade.
“Esse processo de transição governamental ainda apresentara consequências para o setor industrial. Existem prioridades do novo Governo, como negociar as propostas que já estão na mesa e começar a pensar nos próximos anos. Acredito que 2023 será de iniciativas pontuais para equilibrar melhor os índices evitando, assim, resultados negativos. A sustentabilidade é um ponto forte, já que é um dos temas centrais deste do novo presidente”, ressalta Anderson.
Aproveitando as vantagens a partir de 2023
“Nestes últimos anos, vimos muitas empresas perdendo sua forca, seja ela pela baixa demanda nacional, seja pela pouca necessidade de demanda externas. Já é momento de as empresas pensarem em melhorar seus processos e focar no mercado internacional. Já temos sinalização de alguns países, que antes não tinham relacionamento com o Brasil retomando os contatos, essa alternativa pode ser importante para quem não exportavam, iniciar este processo, com foco em mercados com maior demanda, tirando a sua dependência exclusiva do mercado nacional”, indica Anderson Rezende.
O engenheiro comenta que os números da Indústria tendem a serem mais equilibrados, cabendo somente a elas pensar em processos a longo prazo, com olho na digitalização, qualidade e rentabilidade.
“Atualmente, o Brasil tem inúmeras startups e empresas que disponibilizam tecnologias de ponta que não estão sendo utilizadas pelas empresas nacionais. Essa prioridade tem que ser colocada em prática para que quando a Indústria for aberta para o mercado global, as empresas brasileiras possam brigar com as outras concorrentes do mundo com nível alto de qualidade”, afirma Anderson.
Por fim, ele reforça quais são as necessidades primárias das empresas a partir de agora.
“O mercado mundial trabalha em cima da previsibilidade e quando a incerteza toma conta do setor político, as empresas aguardam as decisões, deixando de lado, temporariamente, seus investimentos de longo prazo. Acredito que o processo de digitalização e sustentabilidade sejam os pilares da Indústria nesse novo governo, sendo temas que andam juntos com a inovação”, finaliza Anderson Rezende.
Anderson Rezende
Anderson Rezende é engenheiro mecatrônico, especialista em projetos focados na Indústria 4.0.
Atuou em cargos do setor automotivo em empresas, tais como Grupo Stellantis e Volkswagen, implementando ferramentas focadas na Indústria 4.0 e participou da introdução de ferramentas de inovação com enfoque em IoT (Internet das Coisas), transformação digital, integração de sistemas e digitalização de processos.
Além disso, atuou como head de inovação em startups e mentor de negócios.
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